Sociedade refém dos próprios direitos
Por César Dias
A Bahia esta presa. Trancada em sua jaula social. Refém dos direitos dos outros. Vitima da própria justiça. Vulnerável a decisão de um grupo.
No dia primeiro deste mês a muleta da segurança publica entrou em greve. A sociedade, sem saber andar, se trancou nas suas casas. Comércios fecharam, festas foram adiadas. A Bahia parou.
A greve dos Policiais Militares chegou aos resultados esperados. Números da Secretaria de Segurança Publica, já registram cerca de 29 assassinatos em menos de três dias de paralisação dos PMs, comércios fechados e saqueados. Foi comprovada, a presença da policia é fundamental para a estabilidade da sociedade.
As Forças Armadas e a Força Nacional já enviaram seus militares para a capital e algumas cidades do interior, que apresentam situação de risco. São 3000 homens espalhados pelo Estado para assumir a função dos “reivindicadores dos direitos trabalhistas”.
Aos poucos a onda de “justiça pelo trabalho justo e valorizado” ganha novos adeptos. E quando a sociedade menos espera, uma tsunami de vândalos invade a paz dos lares dos baianos. Rumores ainda espalham a informação de que outros Estados estão querendo pegar esta onda. Enquanto isso, os tubarões esperam na beira da praia os dejetos, para se alimentarem dos destroços que vão encher suas barrigas para as próximas campanhas eleitorais.
A verdade é que o ser humano nunca se contem com o que tem. Sempre busca mais. Todos os anos o salário precisa de ajuste, benefícios precisam ser aprimorados. Trabalhadores querem virar patrões. Mas pensem vocês cidadãos, policiais, médicos, professores, se a solução destes problemas fosse fazer greve. Quantas pessoas teriam que morrer, sejam nas ruas, ou nos leitos dos hospitais? Quantas crianças retardariam seus estudos e seus sonhos por não terem quem os ensinem? Será que aqueles que de fato tem o poder de mudar os salários dos profissionais do país, precisam da segurança publica, ou de professores do Estado ou mesmo de médicos do SUS?
Lembrem-se que antes de vocês serem funcionários públicos, vocês são cidadãos e responsáveis pelo governo que esta no poder tanto quanto a sociedade que hoje é refém das suas reivindicações.
Este ano pode ser o começo desta mudança. Façam greve de corrupção, lutem por justiça, mas prendam e coajam os verdadeiros bandidos sociais e não as vitimas do poder e do sistema, que dependem dos seus serviços para caminharem em paz pelas ruas do país
